No editorial da edição n.º 196 da revista “TecnoMetal”, o Presidente da Direcção da AIMMAP abordou aquele que é actualmente o tema prioritário para a sobrevivência de muitas empresas portuguesas: o acesso ao financiamento.
Na verdade, as empresas nacionais começam a ter graves problemas de liquidez, havendo o risco de algumas empresas economicamente sólidas poderem ser obrigadas a cessar a sua actividade por falta de financiamento.
Esta poderá vir a ser uma situação dramática e que urge combater.
Considerando a importância e a actualidade do tema, publica-se nas linhas subsequentes o texto do referido editorial.
Aníbal Campos"
Na verdade, as empresas nacionais começam a ter graves problemas de liquidez, havendo o risco de algumas empresas economicamente sólidas poderem ser obrigadas a cessar a sua actividade por falta de financiamento.
Esta poderá vir a ser uma situação dramática e que urge combater.
Considerando a importância e a actualidade do tema, publica-se nas linhas subsequentes o texto do referido editorial.
"Financiamento das empresas
Afirmou publicamente o Ministro da Economia que o grande problema que as empresas portuguesas enfrentam actualmente é o da liquidez.
Contextualizou ainda nesse âmbito que a principal causa desse problema é o facto de muito do crédito ser absorvido pelo Estado e pelas empresas públicas.
E acrescentou a esse respeito textualmente o seguinte: “A secagem do crédito deve-se ao endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas.”.
Pode referir-se sem quaisquer dúvidas que o diagnóstico está bem efectuado.
Mas terá de ousar acrescentar-se que a um Ministro pede-se mais do que um mero diagnóstico.
A economia reclama com urgência a tomada de decisões práticas e consequentes.
Temos consciência de que a banca portuguesa atravessa ela própria uma crise verdadeiramente histórica. E não temos quaisquer dúvidas de que nos próximos anos essa crise, ao invés de ser mitigada, corre o risco de acentuar-se.
Aliás é sabido que a banca necessita de desalavancar da economia largos milhares de milhões de euros que terão necessariamente de ser retirados do crédito às empresas. O que por si só contribuirá para o agravamento dos problemas da banca bem como das dificuldades de financiamento das empresas.
Mas se assim é, parece claro que mais urgente ainda se torna fazer alguma coisa de útil.
O governo tem de agir imediatamente. E se a principal causa da secagem do crédito reside no endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas – como o próprio governo o reconhece -, deverá ser exactamente por aí que a intervenção do governo terá de começar.
Ora, há propostas concretas apresentadas publicamente pela CIP que visam contribuir para o financiamento das empresas. E pelo menos uma delas incide exactamente neste ponto. Tal proposta é precisamente a seguinte: Criação de soluções de financiamento para o sector público (incluindo empresas públicas) que permitam efectuar o reembolso à banca de parte das respectivas dívidas, no quadro dum acordo entre o Governo e os bancos envolvidos em que estes se comprometam a canalizar esses recursos financeiros para o financiamento das empresas de bens e serviços transaccionáveis, ou seja, as que exportam e as que contribuem para a redução competitiva das importações.
No quadro em que a economia portuguesa se encontra, esta é uma medida verdadeiramente urgente e que para sua implementação carece essencialmente de vontade política.
Bem sabemos que não há nesta matéria soluções fáceis. Mas melhor ainda sabemos que, no momento que atravessamos, caso não saibamos implementar as soluções menos fáceis dificilmente teremos futuro.
Para quem ainda não percebeu, poderemos estar a falar da nossa própria sobrevivência enquanto economia livre e autónoma e talvez mesmo enquanto nação soberana.
O Presidente da DirecçãoContextualizou ainda nesse âmbito que a principal causa desse problema é o facto de muito do crédito ser absorvido pelo Estado e pelas empresas públicas.
E acrescentou a esse respeito textualmente o seguinte: “A secagem do crédito deve-se ao endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas.”.
Pode referir-se sem quaisquer dúvidas que o diagnóstico está bem efectuado.
Mas terá de ousar acrescentar-se que a um Ministro pede-se mais do que um mero diagnóstico.
A economia reclama com urgência a tomada de decisões práticas e consequentes.
Temos consciência de que a banca portuguesa atravessa ela própria uma crise verdadeiramente histórica. E não temos quaisquer dúvidas de que nos próximos anos essa crise, ao invés de ser mitigada, corre o risco de acentuar-se.
Aliás é sabido que a banca necessita de desalavancar da economia largos milhares de milhões de euros que terão necessariamente de ser retirados do crédito às empresas. O que por si só contribuirá para o agravamento dos problemas da banca bem como das dificuldades de financiamento das empresas.
Mas se assim é, parece claro que mais urgente ainda se torna fazer alguma coisa de útil.
O governo tem de agir imediatamente. E se a principal causa da secagem do crédito reside no endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas – como o próprio governo o reconhece -, deverá ser exactamente por aí que a intervenção do governo terá de começar.
Ora, há propostas concretas apresentadas publicamente pela CIP que visam contribuir para o financiamento das empresas. E pelo menos uma delas incide exactamente neste ponto. Tal proposta é precisamente a seguinte: Criação de soluções de financiamento para o sector público (incluindo empresas públicas) que permitam efectuar o reembolso à banca de parte das respectivas dívidas, no quadro dum acordo entre o Governo e os bancos envolvidos em que estes se comprometam a canalizar esses recursos financeiros para o financiamento das empresas de bens e serviços transaccionáveis, ou seja, as que exportam e as que contribuem para a redução competitiva das importações.
No quadro em que a economia portuguesa se encontra, esta é uma medida verdadeiramente urgente e que para sua implementação carece essencialmente de vontade política.
Bem sabemos que não há nesta matéria soluções fáceis. Mas melhor ainda sabemos que, no momento que atravessamos, caso não saibamos implementar as soluções menos fáceis dificilmente teremos futuro.
Para quem ainda não percebeu, poderemos estar a falar da nossa própria sobrevivência enquanto economia livre e autónoma e talvez mesmo enquanto nação soberana.
Aníbal Campos"
Sem comentários:
Enviar um comentário