O Presidente da Direcção da AIMMAP abordou esta importante questão no editorial da última edição da “TecnoMetal”.
Sendo certo que a matéria em causa se assume da maior importância para um conjunto significativo de empresas e cidadãos, transcreve-se neste blogue o referido editorial.
Entretanto, sublinha-se que, no texto em causa, o Presidente da Direcção da AIMMAP faz referência ao facto de a FELUGA não ter recebido qualquer resposta do Governo português a um pedido de esclarecimento que aquela lhe endereçara sobre essa matéria.
No momento em que o texto foi escrito essa ausência de resposta era uma realidade. Sucede no entanto que, já depois de a revista ter sido enviada para impressão, a FELUGA acabou por receber o solicitado esclarecimento por parte da administração da RAVE.
Assim sendo, para melhor esclarecimento de todos, edita-se neste blogue a carta enviada à FELUGA pela administração da RAVE, a qual poderá ser encontrada como comentário a este post.
Desde há alguns anos que os nossos Governos têm vindo a defender como prioritária a construção em Portugal de uma rede de alta velocidade ferroviária.
Parecia assente para todos que esse seria um projecto da maior importância para o país.
Não obstante, foi persistindo a habitual indecisão portuguesa no que concerne aos termos em que o projecto seria levado a efeito.
As questões relacionadas com a construção da linha Porto-Vigo são verdadeiramente paradigmáticas a esse propósito. Ora, não seria para integrar no projecto, ora seria das mais importantes, ora deveria ter mais paragens, ora não deveria ter paragens nenhumas.
A AIMMAP e fundamentalmente a FELUGA têm acompanhado com elevada expectativa essa questão, até porque, no seu entendimento, a construção da linha em causa assume-se como da maior relevância para a coesão e o desenvolvimento do espaço económico do noroeste peninsular.
Nesse sentido, ainda muito recentemente, a FELUGA solicitou às autoridades portuguesas o ponto de situação a esse respeito. Muito concretamente, questionou o governo português a propósito do que pretende nesse âmbito.
Até ao momento não foi obtida nenhuma resposta concreta, o que deve sublinhar-se não ser para nós muito surpreendente.
Mas não podemos deixar de confessar a nossa perplexidade pelos últimos desenvolvimentos que o assunto está a sofrer. E já não no que se refere especificamente à linha Porto-Vigo, mas sim relativamente à própria execução do projecto no seu todo.
De facto, é a construção da própria rede que começa a ser questionada por diversos responsáveis políticos portugueses.
Mais do que o continuar dos ziguezagues, parece que se quer virar o bico ao prego.
Esta aparente inflexão gera a maior estupefacção. Quando um projecto destes começa a ser questionado de forma tão imprevista e com tão grande veemência por alguns que ainda há pouco o defendiam, só nos resta uma de três conclusões possíveis: ou o projecto nunca foi sentido como verdadeiramente estratégico, ou ocorreu entretanto algo de muito grave que impõe que o mesmo seja descartado, ou, uma vez mais, estamos a submeter as prioridades da economia às tácticas eleitoralistas e/ou aos clientelismos.
A primeira hipótese é inaceitável num regime democrático governado por pessoas responsáveis. E a segunda afigura-se como totalmente inconcebível face ao que é conhecido, até porque o que nos tem sido apregoado é que a situação económica do país tem vindo a melhorar.
Pelo que ficamos aparentemente limitados à última das três alternativas. Ou seja, que se pretende desistir do projecto de forma leviana e demagógica, porque eventualmente o mesmo deixou de ser popular aos olhos dos eleitores e/ou atractivo para os interesses de alguns grupos económicos do regime.
Enquanto Presidente da Direcção da AIMMAP não posso deixar de denunciar esta subtil tentativa de nos enganarem. E espero sinceramente que os agentes económicos não pactuem com estas manobras.
Se o poder político pretende desistir do projecto, vai ter de nos explicar muito bem porque razão é hoje descartável o que ontem era prioritário.
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"
Sendo certo que a matéria em causa se assume da maior importância para um conjunto significativo de empresas e cidadãos, transcreve-se neste blogue o referido editorial.
Entretanto, sublinha-se que, no texto em causa, o Presidente da Direcção da AIMMAP faz referência ao facto de a FELUGA não ter recebido qualquer resposta do Governo português a um pedido de esclarecimento que aquela lhe endereçara sobre essa matéria.
No momento em que o texto foi escrito essa ausência de resposta era uma realidade. Sucede no entanto que, já depois de a revista ter sido enviada para impressão, a FELUGA acabou por receber o solicitado esclarecimento por parte da administração da RAVE.
Assim sendo, para melhor esclarecimento de todos, edita-se neste blogue a carta enviada à FELUGA pela administração da RAVE, a qual poderá ser encontrada como comentário a este post.
"Alta velocidade ferroviária
Desde há alguns anos que os nossos Governos têm vindo a defender como prioritária a construção em Portugal de uma rede de alta velocidade ferroviária.
Parecia assente para todos que esse seria um projecto da maior importância para o país.
Não obstante, foi persistindo a habitual indecisão portuguesa no que concerne aos termos em que o projecto seria levado a efeito.
As questões relacionadas com a construção da linha Porto-Vigo são verdadeiramente paradigmáticas a esse propósito. Ora, não seria para integrar no projecto, ora seria das mais importantes, ora deveria ter mais paragens, ora não deveria ter paragens nenhumas.
A AIMMAP e fundamentalmente a FELUGA têm acompanhado com elevada expectativa essa questão, até porque, no seu entendimento, a construção da linha em causa assume-se como da maior relevância para a coesão e o desenvolvimento do espaço económico do noroeste peninsular.
Nesse sentido, ainda muito recentemente, a FELUGA solicitou às autoridades portuguesas o ponto de situação a esse respeito. Muito concretamente, questionou o governo português a propósito do que pretende nesse âmbito.
Até ao momento não foi obtida nenhuma resposta concreta, o que deve sublinhar-se não ser para nós muito surpreendente.
Mas não podemos deixar de confessar a nossa perplexidade pelos últimos desenvolvimentos que o assunto está a sofrer. E já não no que se refere especificamente à linha Porto-Vigo, mas sim relativamente à própria execução do projecto no seu todo.
De facto, é a construção da própria rede que começa a ser questionada por diversos responsáveis políticos portugueses.
Mais do que o continuar dos ziguezagues, parece que se quer virar o bico ao prego.
Esta aparente inflexão gera a maior estupefacção. Quando um projecto destes começa a ser questionado de forma tão imprevista e com tão grande veemência por alguns que ainda há pouco o defendiam, só nos resta uma de três conclusões possíveis: ou o projecto nunca foi sentido como verdadeiramente estratégico, ou ocorreu entretanto algo de muito grave que impõe que o mesmo seja descartado, ou, uma vez mais, estamos a submeter as prioridades da economia às tácticas eleitoralistas e/ou aos clientelismos.
A primeira hipótese é inaceitável num regime democrático governado por pessoas responsáveis. E a segunda afigura-se como totalmente inconcebível face ao que é conhecido, até porque o que nos tem sido apregoado é que a situação económica do país tem vindo a melhorar.
Pelo que ficamos aparentemente limitados à última das três alternativas. Ou seja, que se pretende desistir do projecto de forma leviana e demagógica, porque eventualmente o mesmo deixou de ser popular aos olhos dos eleitores e/ou atractivo para os interesses de alguns grupos económicos do regime.
Enquanto Presidente da Direcção da AIMMAP não posso deixar de denunciar esta subtil tentativa de nos enganarem. E espero sinceramente que os agentes económicos não pactuem com estas manobras.
Se o poder político pretende desistir do projecto, vai ter de nos explicar muito bem porque razão é hoje descartável o que ontem era prioritário.
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"
2 comentários:
Carta enviada à FELUGA pela administração da RAVE
"Exmo. senhor,
Em primeiro lugar, agradecemos o seu contacto e o interesse pelo projecto de implementação da alta velocidade ferroviária em Portugal. Este é um dos projectos prioritários no âmbito das Redes
Transeuropeias de Transportes, que contribuirá para a interoperabilidade e que trará importantes benefícios sociais, económicos e ambientais, em termos da redução das emissões atmosféricas de gases poluentes e pela transferência dos modos de transporte rodoviário e/ou aéreo em favor do ferroviário.
As Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, divulgadas em Outubro de 2006, contemplam a concretização do eixo Porto - Viga, para tráfego misto, com características técnicas ajustadas a um tempo de percurso, na ligação directa, da ordem dos 60 minutos.
Esta ligação será assegurada, numa primeira fase, com colocação em serviço prevista para 2013, pela actual Infra-estrutura Porto-Nine-Braga, valorizada por intervenções a empreender no troço Contumil-Ermesinde e em Trofa e completada por um novo troço a construir de raiz entre Braga e Valença. Este novo troço contemplará a Instalação de duas novas estações, a localizar em Braga e em Valença,
encontrando-se assegurada a necessária articulação com a futura Plataforma Logística de Valença. Em momento posterior será concretizado o novo traçado entre Porto (Aeroporto Sá Carneiro) e Braga, cuja reserva do espaço canal estará garantida.
Sem outro assunto, enviamos a V. Exa. os nossos melhores cumprimentos,
O Vogal do Conselho de Administração
Carlos Fernandes"
Boa tarde!
Peço desculpa pelo facto de estar a enviar desta forma, mas nao me ocorre outra forma de o fazer.
Gostaria que, e sendo do meu ponto de vista bastante interessante, que a Tecnometal pudesse escrever um artigo sobre cursos de formação, reconhecidos pela aimmap. É que infelizmente, no mundo profissional e falo por experiencia propria os ditos cursos nao são reconhecidos como tal.
Posso dizer que tirei o Curso de Tecnologias mecânicas Nível IV - ESTEM sendo este direccionado pra Técnico de Eng. Mas na realidade, as nossas empresas portuguesas e que fazem parte da aimmap nao o reconhecem.
Acho que seria um bom assunto a expor e debater, digo eu...
Desde já agradeço a atenção.
Enviar um comentário