No editorial da edição n.º 192 da revista “TecnoMetal”, o Presidente da Direcção da AIMMAP alertou para o facto de haver oportunidades de negócio interessantes para os fabricantes de máquinas portuguesas.
Este é um tema de grande actualidade e oportunidade. Pelo que se publica nas linhas subsequentes o texto do referido editorial.
Este é um tema de grande actualidade e oportunidade. Pelo que se publica nas linhas subsequentes o texto do referido editorial.
"Oportunidades para a indústria metalomecânica portuguesa
Como bem sabe quem conhece minimamente a realidade industrial, uma grande parte das empresas portuguesas do sector metalúrgico e metalomecânico desde há muitos anos que tem instaladas máquinas de fabrico europeu e nomeadamente italiano.
As máquinas de origem europeia sempre tiveram uma grande procura e aceitação na indústria mundial, nomeadamente no sector da metalomecânica.
Em Portugal é incontável o número de empresas que sempre se abasteceram junto da oferta europeia – e italiana em particular.
Mas quem conhece bem as nossas empresas já se apercebeu perfeitamente das dificuldades com que as mesmas se estão a confrontar quando precisam de recorrer aos seus fornecedores habituais para renovação dos equipamentos, substituição de componentes ou simples reparações.
A crise mundial afectou gravemente os produtores de tecnologia em muitos países da Europa ocidental. O número de insolvências ou simples encerramentos de empresas em tais paíese é verdadeiramente assustador. Seja em termos absolutos ou apenas em termos relativos, o panorama é nesse âmbito bem mais grave do que em Portugal.
Sendo as nossas empresas clientes tradicionais dos fabricantes europeus, há aqui motivos para alguma apreensão. A questão é muito simples: onde é que poderemos passar a comprar as máquinas de que precisamos?
Os mais cínicos responderão a tal pergunta com uma aparente evidência, recordando o caso da China.
Essa resposta simples levar-nos-ia porém para outro tipo de considerações que não interessa estar agora a detalhar.
E em qualquer circunstância, entendo que essa jamais poderia ser a solução mais adequada para os interesses nacionais.
Pelo contrário, estou convicto de que a redução da oferta europeia poderá ser uma excelente oportunidade de crescimento para a indústria de bens de equipamento em Portugal.
Se nos empenharmos verdadeiramente, teremos todas as condições para ocupar, pelo menos parcialmente, os espaços que a concorrência europeia vai libertando, tanto no mercado português como inclusivamente em vários outros países europeus.
A indústria metalúrgica e metalomecânica nacional é de longe o sector que mais contribui para as exportações de Portugal.
Mas é importante termos consciência de que as importações de produtos do mesmo sector são também muito significativas.
Daqui resulta que há um grande espaço para a nossa indústria crescer no próprio mercado doméstico.
O subsector dos fabricantes de máquinas é seguramente um daqueles em que mais margem existe para a substituição de importações.
Considerando as fragilidades actuais de alguns países produtores de máquinas, esse é inequivocamente um segmento em que o país deve pensar para crescer.
Cabe-nos a todos contribuir para esse objectivo de crescimento. Nesse âmbito, é fundamental que as empresas do sector desenvolvam mais acções de cooperação entre si e com as entidades de suporte a que podem e devem recorrer. A PRODUTECH – de que a AIMMAP e o CATIM são associados fundadores -, deve ser identificada como um parceiro extraordinário das empresas fabricantes de máquinas portuguesas nesse domínio.
Sejamos criativos e empreendedores pois a oportunidade de negócio é aqui bem real. Para benefício da nossa indústria e fundamentalmente da economia nacional.
O Presidente da Direcção
Aníbal Campos"
As máquinas de origem europeia sempre tiveram uma grande procura e aceitação na indústria mundial, nomeadamente no sector da metalomecânica.
Em Portugal é incontável o número de empresas que sempre se abasteceram junto da oferta europeia – e italiana em particular.
Mas quem conhece bem as nossas empresas já se apercebeu perfeitamente das dificuldades com que as mesmas se estão a confrontar quando precisam de recorrer aos seus fornecedores habituais para renovação dos equipamentos, substituição de componentes ou simples reparações.
A crise mundial afectou gravemente os produtores de tecnologia em muitos países da Europa ocidental. O número de insolvências ou simples encerramentos de empresas em tais paíese é verdadeiramente assustador. Seja em termos absolutos ou apenas em termos relativos, o panorama é nesse âmbito bem mais grave do que em Portugal.
Sendo as nossas empresas clientes tradicionais dos fabricantes europeus, há aqui motivos para alguma apreensão. A questão é muito simples: onde é que poderemos passar a comprar as máquinas de que precisamos?
Os mais cínicos responderão a tal pergunta com uma aparente evidência, recordando o caso da China.
Essa resposta simples levar-nos-ia porém para outro tipo de considerações que não interessa estar agora a detalhar.
E em qualquer circunstância, entendo que essa jamais poderia ser a solução mais adequada para os interesses nacionais.
Pelo contrário, estou convicto de que a redução da oferta europeia poderá ser uma excelente oportunidade de crescimento para a indústria de bens de equipamento em Portugal.
Se nos empenharmos verdadeiramente, teremos todas as condições para ocupar, pelo menos parcialmente, os espaços que a concorrência europeia vai libertando, tanto no mercado português como inclusivamente em vários outros países europeus.
A indústria metalúrgica e metalomecânica nacional é de longe o sector que mais contribui para as exportações de Portugal.
Mas é importante termos consciência de que as importações de produtos do mesmo sector são também muito significativas.
Daqui resulta que há um grande espaço para a nossa indústria crescer no próprio mercado doméstico.
O subsector dos fabricantes de máquinas é seguramente um daqueles em que mais margem existe para a substituição de importações.
Considerando as fragilidades actuais de alguns países produtores de máquinas, esse é inequivocamente um segmento em que o país deve pensar para crescer.
Cabe-nos a todos contribuir para esse objectivo de crescimento. Nesse âmbito, é fundamental que as empresas do sector desenvolvam mais acções de cooperação entre si e com as entidades de suporte a que podem e devem recorrer. A PRODUTECH – de que a AIMMAP e o CATIM são associados fundadores -, deve ser identificada como um parceiro extraordinário das empresas fabricantes de máquinas portuguesas nesse domínio.
Sejamos criativos e empreendedores pois a oportunidade de negócio é aqui bem real. Para benefício da nossa indústria e fundamentalmente da economia nacional.
O Presidente da Direcção
Aníbal Campos"
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